E o chique virou cinzeiro...

Estou com os pés doloridos, descabelada, nariz coçando e cheiro de cigarro.
Acabei de voltar de um lugar que já foi definido por uma amiga de confiança como "O lixão da Moóca". Sim, lixão. Por quê? Exatamente pelo cigarro, música [ruim] alta, e 'aquela galera da high society' (se me perdoam a ironia).
Não vejo problema algum em frequentar lugares desse tipo, desde que eu me veja longe de ser como todas aquelas pessoas que não fazem nada de certo ou errado, simplesmente por não se importarem com isso. Porque eu me importo, e muito.
Por muitas e muitas vezes já fui motivo de piada por não beber, não querer nem experimentar cigarros e coisas do gênero, ou simplesmente por não ser 'como todas as outras meninas normais': aquelas que usam calças super baixas, blusas super altas e parecem estar sempre doidas pra levar o primeiro cara que passar pra casa. (Levar pra casa foi uma expressão muito generosa perto do que parece passar pela cabeça dessas meninas normais).
O livro "O Dia do Curinga", de Jostein Gaarder conta a história de um marinheiro que ficou perdido em uma ilha e resolveu conversar com suas cartas de baralho, até que elas tornaram-se pessoas de verdade, cada naipe com suas respectivas habilidades e personalidades. Haviam naquela ilha apenas seis tipos de pessoas: os Ouros, os Espadas, os Copas, os Paus, o marinheiro solitário e o Curinga. Grande Curinga! Ele tinha habilidades especiais: o Curinga não bebia a Bebida Púrpura, capaz de deixar pessoas burras; ele sabia dos segredos do marinheiro, seu criador, e por isso pensava como ninguém sobre sua própria vida e existência; ele era o líder. E que grande líder!
Não acredito que na vida real seja diferente. Há muito mais do que seis grupos de pessoas, é claro. E não me atrevo a defini-los porque isso seria uma tremenda falta de respeito... Mas dois deles existem, de fato. E merecem ser citados. O marinheiro que, não por solidão ou falta do que fazer, mas por amor, é o Criador de todas as coisas. E eu sei que há um Criador. E o Curinga, grande Curinga! É aquele que ouve as palavras do marinheiro e as segue. Assim, torna-se um grande líder e amigo, cheio de inteligência, clareza, e decisões bem tomadas.
Hoje eu decidi quem eu quero ser. Eu quero ser um Curinga.
Aqueles de Ouros, Espadas, Copas ou Paus podem rir de mim à vontade. Mas eu não vou beber nem um gole que seja da bebida púrpura, por melhor que ela seja, seja lá o que ela represente pra vocês, cartinhas medíocres.
Não é possível que todo o bom desse mundo se resuma a sexo, drogas e rock'n roll.
Há muito mais que isso. E eu não vou mais aceitar provocações. Porque eu sou um Curinga, e tenho orgulho disso.
 

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