O exército de um homem só

Revolucionar é uma palavra que já está perdendo o sentido.
Desde sempre, as pessoas dizem: "Mostre o que você quer, garota! Seja uma revolucionária!".
Faixas, cartazes, paradas disso e daquilo, camisetas com frases diferentes, um ou dois programas de televisão já não fazem a menor diferença.
Estou lendo um livro chamado 'Story', que ensina aspirantes a cineastas a escrever um roteiro de sucesso. Não há uma fórmula mágica para que o roteiro seja um sucesso, mas existe uma dica repetida diversas vezes, páginas adentro: imite a vida. Faça da vida, por mais miserável que seja, brilhante aos olhos daquele que o assite. Não importa se vamos contar a história de um astro musical, de um mendigo ou de um simples transeunte do metrô fedido de São Paulo - o importante é fazê-lo o melhor, mais sensível e fantástico personagem, com experiências inesquecíveis e momentos marcantes [um mini clímax por cena, diga-se de passagem].
É óbvio que filmes de vilões cheios de efeitos especiais surtem efeito e vendas, mas logo caem no esquecimento. No fim da ditadura militar, não foram passeatas e cartazes que ficaram na memória de jornalistas e historiadores, mas sim a coragem de cada um daqueles que lutavam por um Brasil melhor.
É exaustivo, porém recompensador, encontrar um ponto de equilíbrio entre ser uma revolucionária cheia de efeitos especiais e uma simples Tamara que vive uma história da qual é a personagem principal. Posso gritar, me despir e causar burburinho, mas logo vou cair no esquecimento. E já que é assim, prefiro ficar quietinha - quem sabe um dia alguém não acredita nas minhas certezas, ou percebe que eu posso sim ser uma fantástica personagem?
Basta esperar.









 

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